Por BIOTAE
12 mar 2020, 11h00
Devido ao impacto tecnológico, as mudanças nos processos de trabalho e nas relações interpessoais ocorrem numa velocidade mais acelerada, gerando uma pressão por performance. Em conseqüência desse ritmo mais frenético do mundo contemporâneo e do grande fluxo de informações que as pessoas são expostas nos seus convívios diários, é muito comum relatos de fadiga mental e, não raros, casos de estresse, ansiedade ou outros transtornos mentais. De fato, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos líderes mundiais no ranking de transtornos mentais, ocupando a primeira posição em prevalência de ansiedade, com dados de 9,3% da população sofrendo desse transtorno no país.
O termo “estresse” tem sido usado indistintamente e, por definição biológica, se caracteriza como uma defesa natural de sobrevivência, ou seja, um mecanismo fisiológico do organismo frente a situações de perigo, no qual há liberação de uma série de mediadores químicos para provocar uma reação fisiológica de fuga ou confronto. Porém, traduzindo tal termo para uma abordagem mais moderna, o estresse pode ser entendido como o acúmulo de pequenos problemas do dia-a-dia contemporâneo, no qual essa cronicidade de estímulos estressantes pode gerar conseqüências danosas ao organismo, como aumento da pressão arterial, dores musculares, exaustão emocional, dentre outros diversos sintomas.
Frente a eventos importantes, como uma entrevista de emprego por exemplo, é comum ficarmos preocupados e ansiosos. O corpo responde a esses estímulos, liberando hormônios para que possamos enfrentar tal desafio, gerando algumas alterações fisiológicas, como aceleração das batidas do coração ou tensionamento dos músculos. Entretanto, existem indivíduos que apresentam uma complexidade maior de repostas e sintomas, reagindo de uma maneira mais intensa frente a estímulos estressantes, gerando ônus em suas tarefas e afazeres diários. Esse quadro é denominado “transtorno de ansiedade”, e é provocado por uma liberação de quantidades muito altas de hormônios na circulação devido a desordens do sistema nervoso simpático. Quando não tratado, o transtorno de ansiedade pode gerar o desenvolvimento de transtorno de pânico.
A boa notícia é que, com o maior fluxo de informações do mundo contemporâneo, há também um maior acesso a informações sobre saúde mental e transtornos. Na verdade, a partir dos progressos da área da saúde, há métodos mais confiáveis de diagnóstico e mais profissionais especializados. Aliando isso à campanhas de conscientização sobre a importância da saúde mental, cada vez é maior o número de pessoas preocupadas com o bem-estar da mente em consonância ao bem-estar do corpo. Assim, tratamentos que incluam alternativas naturais ganham destaque, principalmente os extratos botânicos.
Dentre esses ativos, pode-se destacar a Passiflora incarnata, chamada também de “flor-da-paixão”, denominação atribuída pelos sacerdotes espanhóis em referência ao formato e aspecto das suas flores, que remetem à “paixão de Cristo”. A Passiflora incarnata possui em sua composição ativos como flavonóides, em destaque a vitexina. As principais atividades da Passiflora incarnata estão atreladas ao seu efeito ansiolítico e sedativo, sendo utilizada como auxiliar em transtornos de ansiedade e do sono e, também, como calmante e relaxante natural em casos de fadiga mental e estresse. Esses benefícios se relacionam aos flavonóides constituintes e à sua afinidade pelos receptores do ácido gama aminobutírico (GABA-A).
Outra planta que ganha destaque em tratamentos naturais é a Camomila, uma erva reconhecida pela OMS e presente em diversas Farmacopeias ao redor do mundo. Possui em sua composição compostos como flavonóides (principalmente apigenina) e sesquiterpenos. Apresenta atividade no sistema nervoso central, sendo uma das plantas com mais evidências científicas como ansiolítico. O efeito ansiolítico é relacionado com a presença do flavonóide apigenina, que é capaz de ligar-se aos receptores GABA-A neuronais de maneira semelhante aos benzodiazepínicos, sem que seja identificado por anticorpos antibenzodiazepínicos.
Leva destaque, também, a Melissa, que possui esse nome devido ao seu cultivo como planta melífera. Apresenta em sua composição ácidos fenil-carboxílicos, destacando-se o ácido rosmarínico, e também flavonóides. Apresenta principalmente atividade hipnossedativa, auxiliando em casos de ansiedade e insônia. O ácido rosmarínico age inibindo a atividade da enzima ácido gama-aminobutírico transaminase (GABA-T), incrementando os níveis de GABA no cérebro. Estudos demonstraram a interação de extratos de melissa com receptores de acetilcolina muscarínicos e nicotínicos do sistema nervoso central, sendo relacionado à melhora das funções cognitivas.
Por fim, outra planta bastante difundida é a Valeriana, nome que deriva do latim valere, que significa “estar saudável, vigoroso”. Possui em sua composição iridoides e terpenos, o que confere a sua atividade sedativa, ansiolítica e antiespasmódica. Devido à ação conjunta de seus componentes, a valeriana provoca efeitos inibitórios nos impulsos que chegam à área do hipocampo, de maneira similar aos provocados pelos benzodiazepínicos, e possui afinidade pelos receptores GABA-A.
A BIOTAE Extratos Botânicos possui em seu portfólio diversos extratos botânicos que podem auxiliar na saúde mental, garantindo qualidade e segurança para as formulações naturais que buscam promover bem-estar e saúde.
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